domingo, 29 de maio de 2011

Um Novo Despertar


Engraçado como as coisas são. Ontem escrevi no blog sobre meu estado de espírito, e como estava passando por uma fase que poderia demorar um pouco para passar. Algumas horas depois, senti vontade de ir ao cinema sozinho, coisa que normalmente nunca faço. Escolhi um filme cuja sinopse me chamava a atenção, mas não podia imaginar como sairia depois dele. Um Novo Despertar não é "apenas" uma película extraordinária: é sobre a transitoriedade da vida, da forma certa de lidar com a depressão, laços de família e muito mais.

Na trama, Walter Black (Mel Gibson) é um empresário a tanto tempo desiludido, que perdeu a identidade e não consegue dar atenção a esposa e os dois filhos. Certo dia, ele encontra um fantoche com a forma de um castor, e após um ato desesperado, começa a manifestar suas ações e pensamentos por uma segunda personalidade através do boneco, como se este o estivesse auxiliando a sair do estado em que se encontra. Walter conseque, então, tocar para frente a empresa de brinquedos que herdou de seu pai, mas não o amor de sua família.

Certo, esse filme é tão impressionante e inteligente que um post completo levaria muitas linhas, então vou tentar me ater ao principal. Para começar, o longa NÃO é uma comédia, como sua premissa pode deixar parecer, mas sim um drama com momentos cômicos; afinal, um homem de meia idade que acredita estar sendo auxiliado por um boneco não é algo que possa ser pesado todo o tempo, devido ao ridículo da situação. Entre os recursos que ajudam a contar e validar a história, um que merece atenção é a genialidade como a película mostra o protagonista contracenando com o fantoche. Ao invés de cortes fechados para o boneco quando este fala, dando a entender que é outro personagem, a câmera quase sempre mostra os dois juntos, dialogando, e a boca do ator Mel gibson se mexendo quando o "Castor" fala. A intenção disso, como o próprio telespectador vai percebendo, é que o filme tenta mostrar que não é Walter Black quem maneja o boneco, mas sim o oposto: o castor é quem manipula o protagonista. Isso, somado a uma direção competente da diretora (e esposa de Black, no longa) Jodie Foster, e de atuações impecáveis de todo o resto do elenco, fazem de Um Novo Despertar uma experiência única.

Bom, talvez eu não tenha conseguido passar o que senti assistindo esse maravilhoso filme, e nem consequeria no momento, dado o cansaço que estou sentindo. Mas posso dizer, sem medo de errar, que essa é uma película extremamente sensível, que fala sobre coisas e fases que todos nós passamos pelo menos uma vez na vida. De como lidar com elas, sem machucar a nós mesmos e quem amamos; e acima de tudo, por maior que seja a dor de alquém, isso não significa que ela deva escolher a solidão.

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