domingo, 7 de julho de 2013

Man of Steel





Durante sete anos, eu esperei um longa que preservasse a essência do primeiro super-herói de todos: a capacidade de fazer e inspirar valores que, embora sejam considerados antiquados hoje, são o centro de nossa moralidade humana. O Homem de Aço chega muito perto desse intento e, embora coloque tudo a perder perto do seu epílogo, ainda consegue ser uma razoável experiência com o personagem.

Clark Kent (Henry Cavill) é na verdade um alienígena muito parecido com um ser humano, enviado para a terra tempos antes de seu planeta morrer. Durante toda a vida, ele buscou o motivo de porque ter sido enviado para viver como um de nós. Suas dúvidas terminam quase ao mesmo tempo que uma mensagem extraterrestre enviada a todos os veículos de comunicação, pede para que um deles infiltrado entre os terráqueos se entregue em 24 horas, caso contrário o planeta irá sofrer.


Faora (Antje Traue) é uma das seguidoras de Zod 

Qualquer um que conheça o mínimo da mitologia do personagem sabe que Superman é não só primeiro, mas também o mais poderoso de todos os super-heróis. Seu poder é demonstrado da forma imponente que esperamos, mas não em sua totalidade. Temos breves vislumbres da visão de raios X e da super audição; o voo, superforça e visão de calor estão lá, mas um dos poderes não foi mostrado. Inclusive, poder esse que poderia ter livrado o final do filme de uma incongruência séria para o cânone do personagem.

Mas vamos as atuações: Henry Cavill aparece pouco em cenas de diálogo como o homem de aço em si. No entanto, consegue convencer de todas as formas, tanto física quanto psicologicamente. Russell Crowe entrega um Jor-El de grande importância na trama, e é literalmente o melhor ator, sempre roubando a cena com seu brilho quando aparece. Kevin Costner é o pai adotivo do protagonista, e apresenta personalidade diferente e interessante da dos quadrinhos. Michael Shannon é um General Zod competente, mas ainda assim haveriam outros melhores para o papel. E Amy Adams é uma Lois Lane que está no  filme só para cumprir o papel de ser a garota em perigo e namorada do herói, sem mais nenhuma camada.


Lara (Ayelet Zurer) mãe do herói, vê impotente a morte de seu mundo 

Já tendo abordado todos esses pontos, minha conclusão é a seguinte: O Home de Aço é um filme regular, que começa bem, tem uma boa direção e ótimos efeitos especiais (o que mostra que Lanterna Verde poderia ter sido ótimo com uma produção decente), mas ainda está longe de ser o longa perfeito do Superman. Ainda assim, há uma boa base plantada para uma próxima experiência cinematográfica melhor, com os devidos ajustes. 


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Homem de Ferro 3



Quando o primeiro filme do Homem de Ferro foi lançado, agora no já quase distante ano de 2008, a Marvel  Studios fincou seu primeiro pilar nos cinemas. A imagem de Robert Downey Jr. foi eternizada como a de Tony Stark, e até Vingadores tivemos um personagem muito interessante.

Mas enfim, não posso, nem consigo, concordar com a maioria: Homem de Ferro 2 e 3 são MUITO AQUÉNS do original.

Na trama, um terrorista extremamente perigoso chamado Mandarim (Ben Kingsley)  aterroriza os Estados Unidos, acessando as emissoras de TV com ameaças contra o presidente e com atentados. Quando um desses ataques fere sentimentalmente Tony Stark (Downey Jr.), em orgulho, o ferroso comete um erro que poderá fazê-lo perder tudo, de projetos a amigos.


Mandarim: Divertido,  mas decepcionante

Vamos aos pontos: ao contrário do que é dito por ai, Homem de Ferro 3 não deixa brechas para os próximos longas. Pelo contrário, ele apresenta um fechamento, que pode ser entendido como um encerramento para a trilogia. A Marvel sempre privilegia as atuações em seus longas, e em HF 3 não seria diferente: Guy Pearce (Aldrich Killian) é um brilhante empresário que dará muito trabalho; Jon Favreau (Happy Hogan) ganhou mais destaque dramático e Ben Kingsley (Mandarim) entrega um personagem que, ao longo da trama, será inusitado e divertido... mas decepcionante.

E aqui vem o maior problema dos filmes do Homem de Ferro: o desperdício de bons vilões. Enquanto no primeiro tínhamos um Obadiah Stane (interpretado brilhantemente por Jeff Bridges) muito bem construído e orgânico morrendo no final do longa, e no segundo  um Whiplash (Mickey Rourke) com um excelente começo, mas muito mal desenvolvido do meio para o final, aqui temos um Mandarim que, ao longo da trama, não irá entregar aquilo que o filme promete... e dizer mais do que isso entregaria o longa.  Mas pode ter certeza: se você for fã dos quadrinhos, provavelmente ficará tão decepcionado quanto eu... e achará um grande desrespeito e falta de oportunidade com o nêmesis do herói.


Uma das várias armaduras Marks que aparecem no filme

Mas o longa tem sim  um ponto positivo: ele destaca muito mais o Tony Stark sem armadura. E quando o recluso empresário precisa interagir com pessoas comuns, somos brindados com momentos muito divertidos.  Não salva o longa, mas é uma  peculiaridade que o destaca dos anteriores. A atuação do diretor Shane Black também difere do francês Jon Favreau (que volta nesse terceiro apenas como o chefe de segurança Happy Hogan) até na trilha sonora principal, ajudando a dar mais singularidade ao filme.

Resumindo: Homem de Ferro 3 é fraco, mas consegue ser melhor que o segundo filme, embora inferior ao primeiro. Até a cena de luta final, embora sofisticada e criativa, não empolga tanto como prometia. É divertido mas esquecível. Quem sabe na próxima, Tony...

E sim: ele tem A PIOR CENA PÓS-CRÉDITOS dos filmes da Marvel. Não é um spoiler... é uma constatação.